Saindo cedinho e pela fresca (9 graus ao sol !!!) poucas milhas seriam as percorridas neste dia pela Route 66... mas como este trecho da estrada é cheio de locais de interesse um planeamento rigoroso impunha-se para nos permitir usufruir do dia ao máximo.
Saídos de Holbrook, localidade desconhecida onde por questões “logísticas” pernoitamos rumamos à ainda menos conhecida cidade de Joseph! E porque Joseph?
Quando a route 66 chegou esta era apenas uma pacata cidade com menos de mil habitantes mas com a estrada e o consequente aumento do tráfego que a atravessada, novas oportunidades “espreitaram” os seus habitantes. Foi durante esse período que James Taylor construiu o Jackrabbit Trading Post…começou por comprar um barraco, renova-lo pintando na frente, 30 pequenos coelhos ao longo do teto e um grande ao lado do prédio ao que acrescentou um outro, de três metros de altura, com olhos amarelos, mesmo ao lado da porta, para dar as boas-vindas aos muitos turistas que passavam por ali... impossível não reparar! Mas possuir um Trading Post naqueles dias não era o suficiente pois tal atividade proliferava e muita era a concorrência…Taylor tinha que fazer algo mais. E algo mais que ele fez! Ao longo da Route 66 foi espalhando cartazes com coelhos, seduzindo os viajantes a parar no Jackrabbit… Depois de tantas milhas anunciando algo cada vez mais intrigante e enigmático, os viajantes não poderiam perder a enorme placa amarela que simplesmente dizia "Here It Is", com o seu famoso ícone jackrabbit. Uma técnica comercial invejável e que se tornou um ícone da estrada.
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Outra paragem obrigatória foi feita no cruzamento imortalizado pelos Eagles na sua música "take it easy" cuja letra, “standing on the corner of Winslow” colocou esta pequena localidade no mapa.
E, ainda antes do desvio para a segunda side trip, desta vez mais longínqua, rumo ao norte, que nos levaria até Monument Valley, visitámos a maior cratera feita por um meteorito: formada há aproximadamente 50 mil anos por um meteorito de aproximadamente 50 metros a 40 mil km/h que com a força de uma bomba de hidrogénio atingiu a terra a cerca de 70.000 km/h deixando uma cratera de com mais de um quilómetro de diâmetro e 200 metros de profundidade!
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Mas definitivamente o dia ficou marcado pelo desvio em que adicionamos um estado "extra", Utah, ao nosso percurso e nos fez viajar pelas terras dos índios Navajo!
A longa viagem até chegar a este símbolo do Oeste americano é uma atracão extra, são quilómetros de paisagens de tirar o fôlego que culminam com o contraste do azul intenso do céu com o vermelhão de cada grão de areia que se eleva em direção aos ceús no meio de um imenso deserto em gigantescas formas de arenito denominados “buttes” ou “mesas”… a cerca de 10 quilómetros, a reta perfeita, com tal cenário de fundo, vai ficar para sempre na nossa memória !!!
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Uma vez acomodados com vistas invejáveis no “Gouding´s Lodge” fomos ver mais de perto percorrendo a reserva num veículo 4 por 4 que nos levou a todos os recantos, serpenteando por entre as suas elevações que vão dos 400 aos 2000 metros de altura!
É difícil descrever em poucas palavras a sua beleza, a sua imensidão, as suas cores que iam alterando ao sabor do cair do sol... nem as fotografias lhe fazem justiça... Ya'át'ééh ("o espírito do bem") andou mesmo por estes lados !!!
Cenário de mais de uma dezena de clássicos, como Billy the Kid, Regresso ao Futuro (III), Uma Odisséia no Espaço, Thelma e Louise é também o local onde Forest Gamp para de correr! Estar no Monument Valley é como estar dentro do faroeste americano e entrar no mundo da ilusão…
Começamos por “The Mittens”, o seu “cartão postal”: estas 3 estruturas de arenito são observadas a partir do Centro de Visitantes e também são o primeiro ponto de paragem ao se iniciar o trajeto pela estrada de terra. Segue-se o “Elephant Butte”… formação rochosa que recebeu este nome justamente por, com alguma imaginação, se parecer com um rabo de elefante!
O terceiro ponto, chamado de “Três Irmãs” é ainda mais curioso…pode ser visto de vários pontos do vale tendo-se a impressão que estas três estruturas verticais estão sempre na mesma posição independente do local de observação!
No “John’s Ford Point” podemos observar todo o esplendor deste local mágico… vários filmes foram por lá gravados e facilmente associamos a paisagem ao “estilo” John Wayne…um homem montado a cavalo, com roupas de cowboy, no topo do penhasco, de cabelos ao vento…sem dúvida, um dos locais mais interessantes de todo o vale.
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