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"De olhos em bico!" - LUANG PRABANG, Laos - rituais budistas “almsgiving”

Foto do escritor: aroundtheworldtravelaroundtheworldtravel

Atualizado: 28 de ago. de 2019

Mudamos de país, de língua, de escrita, de moeda e de gentes…Aterramos na Republica Popular do Laos e escolhemos Luang Prabang, uma pequena cidade a cerca de 400 quilómetros da capital Vientiane, para os últimos três dias destas nossas férias e não podíamos terminar de forma mais perfeita pois Luang Praband é simplesmente encantadora...



O seu tamanho contrasta com a sua tamanha beleza e inúmeras atracões, maioritariamente localizadas no centro histórico, ao longo da rua Th Sisavangvong. Localizada numa península formada pelos rios Mekong e Nam Khan, reúne as suas casas típicas de madeira, aliadas à arquitetura colonial de herança francesa, templos budistas, comércio vibrante e restaurantes lindos de morrer e com uma gastronomia deliciosa, apesar de extremamente picante!



Mas o que nos chamou de imediato à atenção é que ali ninguém apita nas estradas, nem existem engarrafamentos… com estilo de vida calmo e relaxado, diria mesmo, zen, é impossível resistir a esta pérola do Sudeste Asiático!

Tendo chegado já de noite, o primeiro “cheirinho” da cidade foi-nos dado pelo seu magnifico “night market” com dezenas de bancas de artesanato e produtos locais a preços baixíssimos e onde, ao contrário dos outros por onde tínhamos passado podemos ver tudo à vontade, sem termos logo alguém a chatear-nos para comprar.

Para o dia seguinte estava programado um passeio pelos “arredores”: Sairmos bem cedo da cidade rumo ás cavernas “Pak Ou” acompanhados por um frio e nevoeiro que tornou desagradável a subida do Rio Mekong mas que deu para apreciar como vivem as gentes nas suas margens e pudemos desfrutar das lindas paisagens do percurso que se desmultiplicam e se esvaiem em campos de arroz, em planícies semi-inundadas, em povoações e casas com alicerces em terra e em água. Chegados aos dois santuários escavados dentro de cavernas de pedra calcária, decoradas com mais de 4.000 esculturas de Buda, acabamos por ver as nossas expectativas goradas…escuras, mal preservadas, mais pareciam um deposito de lixo onde se amontoam “à toa” budas de diversos tamanhos, que um local religioso. Perdemos imenso tempo nesta paragem sem nada de verdadeiramente interessante para ver.

Antes de seguirmos para as famosas cascatas Kuang Si, almoçamos num local onde também organizam passeios de elefante e ainda paramos na aldeia Ban Xang Hai, popularmente conhecida como a aldeia de whisky mas mais uma vez nos sentimos “enganados” pela descrição feita no programa da “tour”… não se trata verdadeiramente de uma aldeia, é um local “de negócio”, sem qualquer interesse, uma armadilha para turistas onde apenas se vendem produtos locais e whisky de arroz.

Ainda com o percurso inverso no rio para percorrer até de novo aportarmos em Luang Prabang e daí apanhar uma camioneta para as cascatas situadas a 25 quilómetros por estradões em mau estado, o tempo foi passando e a verdade é que quando finalmente lá chegamos o sol já estava baixo e a temperatura já não convidava a um mergulho nas suas lindas águas azuis turquesa...de qualquer forma, o cenário de inúmeras piscinas naturais de águas azuis turquesa, alimentadas por uma queda de água de 50 metros é simplesmente imperdível, um pequeno paraíso aquático!

O dia seguinte começou ainda mais cedo: 4:30 e já tocava o despertador... fomos assistir ao “almsgiving”, um dos rituais mais importantes para a religião budista em que os monges saiem descalços dos seus templos e numa fila indiana pintam, ao nascer do sol, as ruas de laranja... a população local e hoje em dia, muitos turistas ajoelham-se ao longo dos passeios enquanto monges e noviços passam com cestas recolhendo as oferendas. Os alimentos doados são parte da única refeição diária consumida por eles! Arroz (sticky rice) e doces (como bolos e bolachas) são as doações mais comuns.



Supostamente tal recolha é feita em silêncio absoluto, um ritual cheio de espiritualidade durante o qual os monges estão em meditação, a orar e por isso não devem ser incomodados. Mas a verdade hoje assistimos a um verdadeiro comércio em torno deste culto. Embora existam pessoas que pratiquem a fé e religiosamente se ajoelhem nos seus tapetes são mais os turistas que se acotovelam para a melhor foto, com o uso indesejado de flashes disparados incessantemente e vendedores por todo o lado que fazem desta procissão o seu modo de vida.

De qualquer forma foi um privilégio ter assistido a esta cerimónia pois vimos com os nossos próprios olhos o que o forte senso de comunidade, generosidade e unidade ainda faz no mundo pelo que apesar de se ter tornado uma atracão turística são, no fundo, tradições seculares que se preservam.

Ainda da parte da manhã fomos fazer um divertido passeio na companhia de elefantes, aprendendo um pouco sobre esta espécie em vias de extinção num abrigo a eles dedicado onde têm todos os cuidados de saúde e alimentares e vivem em liberdade. Tivemos o cuidado de escolher um local em que fossem preservados pois são inúmeras as denúncias de maus tratos desses animais e sua exploração com fins turísticos. Andar no seu dorso e atravessar o rio ao sue ritmo “pachorrento” foi uma das experiências de viagem mais fantásticas que já tivemos. Esperava-nos depois uma subida do rio Nam Khan até ás Tad Sae Waterfalls, que correu muito melhor que a do dia anterior quer porque o tempo estava muito agradável quer porque este rio é mais intimista e resguardado. As cataratas, menos imponentes que as de Kuang Si são também muito agradáveis e proporcionam bons momentos de lazer e uns banhos refrescantes quando o calor aperta!

Regressámos já de tarde para conhecer finalmente “a fundo” a cidade. Visitamos todos os templos emblemáticos, subimos a enorme escadaria, com 329 degraus, do monte Phousi para avistarmos o Pra That Chomsi dourado e a deslumbrante vista de 360 graus da cidade em torno do rio Mekong e do rio Nam Khan onde assistimos a um pôr do sol simplesmente fenomenal e que compensou bem o esforço da subida. Do antigo Palácio Real aos mosaicos brilhantes e coloridos do Templo Wat Xieng Thong percorremos a cidade sem roteiro, sentindo o vento quente e deixámo-nos embalar pelos inconfundíveis cânticos dos monges budistas que nos acalmam a alma e embalam o espírito e aproveitámos para agradecer, mais uma vez, sermos felizes assim!



Ainda conhecemos um jovem monge, fervoroso adepto do futebol português, fã de Cristiano Ronaldo mas não só, conhecedor dos principais clubes lusitanos, de treinadores e outras estrelas da seleção nacional, com quem nos detivemos “à conversa”…

Despedimo-nos, com pena, no dia seguinte desta que foi a grande surpresa da viagem! Um destino para se usufruir com tempo, pois se há coisa que a mágica Luang Prabang não gosta é de pressas...e sabe bem entrar no “relaxed Laos mood”. Uma cidade “charmosa” pelos recantos acolhedores dos restaurantes repletos de velas e vegetação tropical, pelos templos espalhadas por todo centro histórico, pelos monges que vagueiam nas suas ruas e acima de tudo pela espiritualidade que dela emana, que nos envolve e deleita, pela paz, silencio e tranquilidade únicos deste cantinho do mundo!

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Por enquanto este é o continente menos visitado... mas já nos permitiu uma das melhores aventuras a dois! Percorremos de mota grande parte de Marrocos em pleno Ramadão! Contamos aqui tudo na seção "Marrocos - Bruuummm...até ao deserto do Sahara!"

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A nossa primeira “grande viagem” levou-nos ao continente norte americano!

Passamos uma semana fabulosa em NY... “corremos” a cidade de “fio a pavio” e até hoje ainda não encontramos nenhuma que se lhe compare...

Uns anos depois voltamos para percorrer a mítica Route 66, numa viagem que agora, vista à distância, foi um verdadeiro teste à nossa relação: 17 dias, sozinhos, a maioria do tempo “enfiados” dentro dum carro, percorrendo um país de costa a costa, pernoitando todas as noites em locais diferentes, sujeitos a variações de fusos horários, clima e de humor!!!!!

De Chicago a Los Angeles, fomos passando, um a um pelos Estados de Illinois, Missouri, Kansas, Ocklahoma, Texas, New Mexico, Arizona e California... com desvios ao Estado de Utah para conhecer Monumento Valley, ao estado de Nevada para pernoitar na "fabulous Las Vegas" e ao grandioso Grand Canyon... sem dúvida a viagem das nossas vidas! Contamos aqui tudo na seção "Pelos States!"

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“Esgotadas” as férias em destinos mais longínquos, é nas escapadinhas de fim de semana que vamos, uma a uma, visitando as cidades europeias...

Não é fácil! Implica sempre voos tardios à sexta feira após um dia de trabalho ou uma alvorada com as galinhas no sábado para chegar ao destino e “bater pé” o dia todo... regressar domingo a horas impróprias para estar de novo “ao serviço” segunda de manhã !!!

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Como ???? Quando se viaja a dois tem que se ter interesses comuns e uma forma de estar na vida semelhante. Isso é determinante para que a viagem decorra com sucesso, agrade a ambos e nos permita, muitas vezes com “sacrifício” do descanso e com algumas refeições “esquecidas” usufruir ao máximo! Contamos aqui tudo na seção "Europa / City Breaks!"

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Na Ásia vivemos experiências tão enriquecedoras e tão díspares que não resistimos partilhar contigo… fazem parte da nossa história!

Começámos pelo Japão… um daqueles destinos místicos e fascinantes, com contrastes entre a tradição e a modernidade. Um destino de difícil compreensão pelo olhar ocidental e, por isso mesmo, verdadeiramente desafiador. A “terra do sol nascente” deixou-nos impressionados com a sua organização, a sua extrema educação, extrema limpeza e sensação de segurança inigualável!

Mas o nosso coração, de verdade, ficou no Sudoeste Asiático… Vietname, Camboja, Laos, Tailândia, Indonésia, Singapura, Sri Lanka… de todos estes países regressámos a casa de coração cheio, em todos eles absorvermos tudo o que nos nossos sentidos nos podem dar! Mais que os “grandes” monumentos marcou-nos as pessoas com que nos cruzámos e que tornaram cada sitio “enorme”… Vimos paisagens deslumbrantes que nos ficaram na retina muitas vezes mais pela sua simplicidade e autenticidade do que pela sua dimensão. Eternizamos na nossa memória cheiros, sons, sabores… a vida quotidiana dum povo, o seu estilo de vida alheio ao turista que passa maravilhado com a tamanha diversidade cultural

Contamos aqui tudo na seção "De olhos em bico!"

Ásia

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Oceania

Longe de tudo, literalmente do outro lado do mundo foi a nossa escolha para a lua de mel...

Começamos pela Austrália...As suas dimensões continentais abrigam desde um paradisíaco fundo do mar turquesa sob um sol tropical, um sagrado deserto vermelho, paisagens inusitadas e cinematográficas e uma das faunas mais curiosas e perigosas do planeta. Tudo isso pontilhado por cidades cosmopolitas e com infraestruturas de primeiro mundo, como a gigante Sydney e a movimentada Melbourne.

Seguimos daí para a Nova Zelândia que reúne cenários naturais de tirar a respiração como vulcões, géiseres e lagos multicoloridos com uma intensa cultura Maori, seu povo nativo e em cuja língua, “Aotearoa”, significa “Terra da Grande Nuvem Branca”! Contamos aqui tudo na seção "Do outro lado do Mundo!"

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