Duas pessoas, uma mota e um país por descobrir: MARROCOS
Estavam reunidos os ingredientes necessários para mais uma aventura além-fronteiras e desta feita num outro continente… após a primeira internacionalização até Salamanca “a bordo” da mais recente companheira de viagens BMW R1200RT, a primeira “intercontinentalização”
O destino era Marrocos e nesta expedição percorríamos o país sobre duas rodas, de norte a sul, de este a oeste. Tínhamos á partida a certeza que haveria muitas histórias e peripécias para contar, assim como muitas cidades a visitar e estradas a percorrer.
Mais uma vez me propus a tentar realizar a tarefa árdua que é, em meia dúzia de linhas, transportar-vos comigo nesta viagem, desta feita, até terras de África…
Este primeiro artigo é dedicado aos preparativos e ao percurso até chegarmos a Marrocos… Nos próximos relataremos as várias etapas já no país! LINKS DE ACESSO AOS ARTIGOS NO FIM DESTA PÁGINA
Começando pelo inicio dos inícios…
Tudo começou no cinema… assistíamos ao mais recente 007 Spectre e de repente o agente Bond percorria as ruas de Tanger! As imagens cativaram… o meu comentário de que nunca lá tinha estado fez logo nascer a ideia de por lá passar. E tal ideia aliada á sua relativa proximidade a Portugal levou-nos até lá de mota…
Será que um fim de semana em Marrocos chega?
Inicialmente programou-se apenas um fim de semana, pela primavera, para termos um clima temperado… o de 23 e 24 de abril seria o ideal já que teríamos ainda o dia 25, um feriado que por ser numa segunda feira nos dava mais um dia de viagem. Assim, partindo na sexta feira, dia 22, depois de sairmos do trabalho para já completar cerca de metade da jornada que nos levaria até lá, teríamos metade de dia 23 e o dia 24 inteiro para conhecermos a cidade e ainda o dia 25 para o regresso.
Mas rapidamente chegamos á conclusão que um fim de semana era pouco pois uma vez feitos cerca de 800 km para cada lado haveria muito mais a explorar para além de Tanger…
E uma semana em Marrocos????
A solução foi marcar uma semana de férias e assim juntando o tal feriado de 25 de Abril conseguir mais uns dias de viagem… Ainda a medo foi então traçado um primeiro roteiro para uma semana, pela costa, andando por auto-estradas e estradas principais, visitando as principais cidades, Rabat e Casablanca, mas este foi logo melhorado com umas tímidas incursões ao interior colocando no mapa Fez e Marraquexe. Parecia perfeito.
Planos traçados havia que os colocar a “apreciação pública”! Hoje em dia, com os vários fóruns existentes online temos a facilidade de colher opiniões e sugestões por parte de quem já por estas andanças passou e que são sempre uma mais valia neste tipo de auto-planeamento.
Um ponto era comum em todos os contributos prestados… ter em atenção o excesso de velocidade! Existe em Marrocos uma espécie de “caça” á multa declarada neste âmbito e com o qual teríamos que ter o máximo de cuidado…
Também o itinerário por nós escolhido foi alvo da critica por parte de quem conhece o país por o considerar demasiado litoral e citadino… a opinião era que estaríamos a perder o que de mais bonito podíamos ver por aquelas bandas não nos aventurando por estradas mais secundárias e sobretudo não indo ao “verdadeiro” interior, ao deserto…
Não foi difícil convencer-nos pois já “ocasionalmente” os nossos olhos tinham passado pelo mapa e o nome “Merzouga” ecoava nos nossos mais “secretos” pensamentos…e então, uma viagem que começou por um planeamento prudente passou para aquilo que, no fundo, realmente ansiávamos, uma verdadeira aventura!
Definidos os novos locais a visitar a rota ficou traçada.
Partindo ao final do dia de Lavra e após uma paragem em Elvas só para pernoitar entraríamos por Tarifa em Tanger para o primeiro contacto com terras marroquinas…No dia seguinte o destino era Fez, com passagem por Chefchaouen, a cidade azul. No terceiro dia chegaríamos a Errachidia passando por Ifrane e Midelt. A ansiada chegada a Merzouga ficou logo planeada para o quarto dia e daí sairíamos para Ouarzazate realizando o maior percurso que envolveria cerca de 450 km por estradas interiores, passando pelos Gorges de Todra e de Dadés. Marraquexe seria o destino do sexto dia de viagem no qual faríamos um grande desvio para conhecer as cascatas de Ouzoud e assim somarmos mais quase 400 km. O regresso á costa estava previsto para o sétimo dia: de Marraquexe a El Jadida, a cidade portuguesa e daí até Casablanca. E o tour completava-se ao oitavo dia com a viagem de Casablanca a Asilah, passando pela capital, Rabat. O regresso a Portugal, novamente via Tanger, seria feito em duas etapas ainda por definir.
Impunha-se a aquisição do GPS de Marrocos para a mota.
É que uma coisa era andar pelas auto-estradas principais ao longo do litoral e coisa bem diferente era a realização deste “tour” mais elaborado… Após confirmação por parte da Garmin de que o mapa disponível online era compatível com o aparelho que já tínhamos, foi feito o upload do mesmo e em poucos segundos as estradas de Marrocos deixaram de ter segredos para nós…
Havia que lançar mão á obra e além de traçar os percursos diários com os sítios a visitar era fundamental definir os locais onde pernoitar em Marrocos … e numa maratona noturna as reservas no “Booking” lá se foram fazendo. Os filtros cancelamento gratuito, alojamento com pequeno almoço incluído, lugar de estacionamento privativo, wifi deram uma ajuda preciosa mas mesmo assim a escolha não foi fácil. Entre visualização das fotos disponíveis, leitura dos comentários e localização do hotel no gps da mota foram surgindo um a um e de tudo escolhemos um pouco: hotéis de cinco estrelas com spa, hotéis mais simples, riads…apenas não nos aventuramos nas casas particulares e nem nas muito famosas tendas apesar dos comentários tão apetecíveis e tentadores.
A nossa escolha número 1 é utilizar o Booking.com.
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Estava na hora do “Google Maps” entrar em ação para termos uma noção mais exata dos quilómetros diários a percorrer em Marrocos e do tempo previsto para tais viagens. E desde logo algo nos chamava a atenção e nos preocupava…
As dificuldades do percurso escolhido
A etapa Merzouga / Ouarzazete estava demasiado longa sobretudo por ser realizado por estradas que suspeitávamos não estarem no melhor estado pelas leituras que andávamos a fazer na internet de outros aventureiros por terras de Marrocos que incluía pistas de deserto e sinuosas estradas de montanha para visitar os Gorges de Todra e de Dadés. Isto podia acabar por resultar em passarmos um dia inteiro na estrada sem tirar partido da mesma, sem ter tempo suficiente para as desejadas e necessária paragens e após tantos quilómetros provavelmente chegaríamos sem energia para uma visita adequada ao local de destino. Também o dia seguinte, a etapa até Marraquexe estava bastante “pesada” devido ao planeado desvio para conhecer as cascatas de Ouzoud. Tal faria que tivéssemos, após uma jornada cansativa como seria inevitavelmente a do dia anterior, que sair cedo e mais uma vez sem tempo para conhecer Ouarzazete, para novamente nos fazermos a mais 400 km de estradas sinuosas.
Apesar de deixar pena, o desvio a Ouzoud teve que ser posto de lado. E como isso os previstos 381km passavam a apenas 197km que permitiria outra alteração: encurtar a etapa anterior que sairia de Merzouga. O equilíbrio foi encontrado com a pernoita no Vale do Rio Dadés…assim no quinto dia a etapa ficaria reduzida a cerca de 250km o que nos permitiria desfrutar de todo o percurso e no dia seguinte Marraquexe estaria também apenas a cerca de 300 km de distância.
A escolha dos hoteis
Outra alteração prendeu-se com a escolha dos hotéis… por mero acaso ao mesmo tempo que estávamos a planear esta viagem tivemos conhecimento dum motard que estava naquele preciso momento em Merzouga, hospedado no Auberge du Sud a “postar” fotografias da sua viagem no facebook. E estas imagens eram deslumbrantes… um refugio requintado no meio das dunas de Erg Chebbi. Não é que também não estivéssemos positivamente impressionados com as instalações do até ali escolhido Hotel Tombouctu mas de facto este parecia-nos mais “genuíno”, mais fiel ao espírito de um oásis no deserto. Mas, feita a pesquisa no booking este não aparecia. Tal não nos fez, no entanto, desistir e através do email disponível no site deste “auberge” solicitamos informações sobre uma possível reserva. E uma surpresa estava-nos reservada… a resposta em português do muito prestável Hamid que nos esclareceu todas as duvidas quer sobre a reserva quer sobre a melhor forma de chegarmos via “off road”. Transferência feita. Reserva confirmada e um até breve a este paraíso no Sahara!
A logística de uma viagem de mota
Outros preparativos se impunham para além deste estudo do percurso e das marcações dos locais a pernoitar… os que se relacionavam com o meio de transporte que iríamos utilizar. É que a logística de ir de mota implicava quer a aquisição de equipamento extra para podermos transportar o mínimo indispensável para uma viagem de dez dias, roupa, medicação, material fotográfico, ipad, mapas e mais meia dúzia de coisas essenciais, quer a aquisição de vestuário mais apropriado ás tórridas temperaturas que seriam esperadas, quer ainda de um banco que proporcionasse o mínimo de conforto para fazer, dia após dia, tantos quilómetros. Tudo atempadamente comprado a aguardar “pacientemente” o dia da partida…
É recomendado fazer uma consulta do viajante?
Além das vacinas normais que se deve ter sempre em dia não tínhamos informação da existência de quaisquer cuidados de saúde especiais para viajar para Marrocos. Ainda assim foi marcada uma consulta do viajante e ficamos a saber que o país está livre de febre amarela e de malária pelo que não havia qualquer recomendação para profilaxia.
Essencialmente e uma vez que se trata de um país cujos padrões de higiene não são os mesmos de um pais europeu seria apenas de evitar a ingestão de frutas e vegetais não cozidos e quanto á água o aconselhável seria beber engarrafada. Ter o máximo de higiene com as nossas próprias mãos, que são uma fonte de transmissão de doenças e acima de tudo evitar acidentes pois a resposta do sistema de saúde marroquino não é tão célere e eficaz quanto a nossa.
Foi-nos recomendado um seguro de saúde para uma maior cobertura do acesso a cuidados médicos e muita prudência… o principal medicamento era mesmo evitar tudo o que nos parecesse suspeito a nível alimentar. Por uma questão de precaução foram receitados vários fármacos para as situações mais usuais que passariam a fazer parte da bagagem, esperando nós que só a fazer peso e volume!
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Viajar é a nossa paixão, um momento muito esperado e planeado e por isso, nada melhor do que viajar tranquilo! Assim, fazer um seguro viagem dá-nos a segurança de que caso algum imprevisto aconteça, incluindo a necessidade de assistência médica, não teremos que nos preocupar com dinheiro e burocracia.
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Mas nem sempre os planos dão certo… e a tão ansiada viagem teve, por motivos alheios à nossa vontade, que ser cancelada!
Felizmente a maior parte das estadias estavam reservadas com cancelamentos gratuitos.
As que tinham sido diretamente efetuadas com os hotéis foram também canceladas sem custos, tendo inclusive o já amigo Hamid do Auberge do Sud devolvido o sinal recebido. Também a empresa a quem já se tinha adquirido os bilhetes para a travessia de ferry em Tarifa para obstar ás filas que eventualmente pudessem existir na altura do embarque prontamente fez a devolução do valor dos mesmos.
Ou seja, apesar do imprevisto tudo estava a ser resolvido sem custos e também sabíamos que tal cancelamento não seria definitivo, que se tratava apenas de um adiamento… o ano de 2016 seria o da nossa viagem a Marrocos, sem dúvida! E assim foi…
E, como “há males que vêm por bem”… fomos DUAS SEMANAS PARA MARROCOS!!!
A primeira quinzena de junho já estava marcada para férias com o intuito de fazer uma viagem a Itália… mas com todo este planeamento já feito tal destino foi posto de lado e repensada a viagem de forma a aproveitar todo o trabalho já realizado para Marrocos.
A extensão que tínhamos no tempo de viagem possibilitava uma “progressão” por território marroquino mais relaxada, passando a pernoitar dois dias em locais que poderíamos assim conhecer melhor: Fez, Merzouga e Marraquexe. Acrescentando uma etapa que reduziria a distancia percorrida num dos dias mais “puxados” também foi acrescentada uma incursão a Agadir, estancia turística de praia, para descansar e recuperar forças para o regresso a casa! Até porque as previsões de temperaturas de junho em nada se comparavam com as de Abril… previsões que se vieram a confirmar e até superar, como adiante poderá constatar…
Havia então que lançar novamente mãos ao trabalho, rever os hotéis escolhidos, acrescentar novos, efetuar as respetivas reservas, programar o GPS com as suas coordenadas e esperar que desta, fosse de vez!
E também porque estavam próximos os 10.000 km decidiu-se antecipar a necessária a revisão da mota para prevenir contratempos inesperados. A grande protagonista da viagem ficou assim pronta para enfrentar os muitos e muitos quilómetros que teria pela frente em condições, por vezes, muito adversas!
Tudo tratado, malas semi prontas de véspera (óbvio que tinham alguns pormenores que ficar para a última) e tinha finalmente chegado sexta feira, dia 3 de junho… ainda tínhamos pela frente um dia inteiro de trabalho, toda a logística de “carregar” a mota e só então partir rumo a Elvas, dando por iniciada a nossa aventura.
Lavra / Elvas / Tanger – ETAPA 1 e 2
Apesar de termos planeado sair o mais cedo possível, já eram quase nove horas da noite quando finalmente partimos… Desde assuntos profissionais de última hora que nos retiveram bem para além do normal horário de trabalho e que dada a nossa ausência por duas semanas não podiam ser deixados para depois até à estreia da mota no seu encontro com o asfalto, felizmente sem quaisquer consequências físicas e escapando apenas com uns arranhões na pintura, a verdade é que tudo parecia conspirar contra a nossa viagem!
O adiantado da hora fez-nos então alterar os planos em jantar pelo caminho e após comermos rapidamente umas sandes, carregamos a mota com as malas, vestimos os fatos a rigor, enfiamos os capacetes e sem mais demoras ou grande tempo para as despedidas fizemo-nos à estrada. Nem uma foto tiramos…
Poucos quilómetros depois e já estava arrependida de ter apenas optado por levar as calças de verão, perfuradas para permitir a ventilação e o casaco de verão, também perfurado e com tecido leve e fresco, tendo apenas colocado por baixo o forro das calças de inverno e um casaco de algodão. O ar fresco do final de dia ainda nos fez pensar, relativamente perto de casa, em dar a volta para trás a fim de também colocar o forro do casaco mas o grande atraso que já levávamos fez-nos desistir da ideia. Mas depressa se pôs noite e a temperatura começou a baixar ainda mais pelo que não é difícil de imaginar o quão penosa foi a viagem de mais de 350 km!
Nem a progressiva aproximação ao sul e a incursão para o interior do país amenizavam as temperaturas e foi com cerca de 14 graus chegamos a Elvas.
Já passava bem da meia-noite quando finalmente avistamos o nosso destino. Os últimos quilómetros feitos por estradas secundárias por onde, estranhamente, o GPS nos levou já foram feitos em sofrimento, quer pelas referidas baixas temperaturas quer por termos feito a viagem de forma ininterrupta, de noite e após um longo dia de trabalho quer ainda pela necessidade de adaptação ao peso da mota e ao saco “extra” colocado por cima da top case que a tornava mais instável.
Entramos na cidade construída para servir de posto fronteiriço nas guerras entre Portugal e Espanha pelo seu conhecido aqueduto da Amoreira mas nem tempo tivemos para apreciar as suas complexas fortificações.
Dirigimo-nos de imediato para a sua zona nova formada por uma ampla avenida rodeada de centros comerciais onde se situava o hotel.
Apesar de estar programado com as coordenadas, a verdade é que o GPS logo no primeiro hotel falhou… não por muito, é verdade! Mas o adiantado da hora fez-nos logo temer o pior! Estávamos em Portugal onde apesar de tudo não seria difícil obter informações caso estivéssemos num local totalmente diferente do que pretendíamos. Mas, como seria em Marrocos se tal se voltasse a repetir?
Uma boa centena de metros mais à frente ainda estávamos nós a decidir o que fazer e lá avistamos a placa identificativa do Hotel Brasa. Hotel muito modesto, com um preço interessante, escolhido simplesmente pelo facto de se encontrar no caminho para no dia seguinte entrarmos em Espanha por Badajoz, rumo ao ferry em Tarifa. Uma cama para dormir e recuperar forças para a longa jornada do dia seguinte… cumpriu por completo o seu objetivo!
Apenas 5 horas tinham passado e já o despertador nos retirava do sono profundo em que tínhamos caído e anunciava o começar de um novo dia, que nos levaria até Marrocos, atravessando Espanha até Tarifa.
Mal entrássemos no país vizinho perderíamos uma hora fruto do fuso horário e portanto tínhamos que fazer muito bem os cálculos de forma a “acertarmos” com as partidas do ferry em Tarifa. Com cerca de 450 km para percorrer foi logo posto de lado o horário previamente reservado das 13:00. Mesmo a partida das 15:00 exigia-nos o esforço extra de levantar bem cedo, não perder grande tempo com o pequeno almoço e partir sem outras paragens que não fossem para o abastecimento de combustível.
O frio ainda nos acompanhou no inicio da manhã mas com o Sol cada vez mais a espreitar por entre as nuvens as temperaturas começaram a subir tornando mais agradável uma etapa essencialmente de auto-estradas e como tal muito monótona.
Receávamos um pouco a entrada em Marrocos por haver relatos de que esta, por si só, é uma aventura! Seria o nosso primeiro impacto com um país onde supostamente tudo se suborna e onde cada estrangeiro é visto como um potencial meio para conseguir uns trocos extra. Mas a verdade é que tudo correu sem grandes sobressaltos…
Chegamos quase uma hora antes da partida do ferry para Marrocos das 15 horas e com os bilhetes já pré-comprados na agência FRS dirigimo-nos até à zona em que a polícia espanhola controla os passaportes, onde esperamos até ser dada ordem para a entrada no barco. Fomos dos primeiros a entrar estacionando a mota no local indicado pelos funcionários que trataram de a prender muito bem com as cintas existentes para o efeito. Percebemos depois porquê…
Após tantos quilómetros de viagem ansiávamos um agradável passeio entre os continentes.
A bordo condições de conforto são adequadas num navio de construção recente e que até dispõem de um bar que permite fazer uma refeição, ainda em euros. A viagem é muito rápida.. demora apenas uma hora e com a diferença horária para -1h chegaríamos lá à mesma hora local que partimos!
Mas nesse dia o Mar Mediterrâneo, normalmente calmo e acolhedor, estava “de fugir”! Mal foi levantada a ancora começamos a sentir a agitação das águas que se foi tornando cada vez mais forte. Era quase impossível caminhar sem nos desequilibrar…
O controlo pelas entidades marroquinas do passaporte é feito dentro do ferry, num “gabinete” fácil de encontrar dada a fila bastante visível de pessoas. Permanecer em pé nessa fila foi tarefa difícil dada a turbulência e fez com que a refeição que já ansiávamos dado o adiantado da hora nem caísse muito bem…
E foi assim, um pouco enjoados que atravessamos o estreito de Gibraltar!
Nos nossos passaportes passou então a constar um carimbo especial…
Partíamos à descoberta, para conhecer novas culturas, realidades completamente diferentes das que estamos habituados e acima de tudo, aprender alguma coisa com isso. O objetivo era descobrir quem lá vive e como vive – sem artifícios ou manobras de diversão para turista ver. O percurso abrangente fazia com que estivéssemos convictos de que conseguiríamos ter uma noção tão fiel quanto possível, do melhor e pior de Marrocos.
As várias etapas!
Nos próximos artigos vamos descrever os percursos que fizemos em MARROCOS, as paragens, as visitas e todas as aventuras e desventuras que tivemos… Acompanhamos até ao fim desta grande viagem!
PRONTOS PARA NOS ACOMNPANHAREM NESTA ROAD TRIP POR MARROCOS?
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